Repórter São Paulo – SP – Brasil

Guardas civis da Cracolândia em São Paulo contraem diversas doenças; Prefeitura é notificada e sindicato cobra medidas de proteção.

O Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo (Sindguardas-SP) emitiu uma notificação à prefeitura da capital paulista, evidenciando que agentes que realizam suas funções na região da Cracolândia, localizada no centro da cidade, foram infectados por diversas enfermidades. A denúncia veio à tona após a constatação de que 11 guardas civis contraíram tuberculose, sarna, pneumonia, entre outras doenças transmitidas pelo ar ou por contato, no período compreendido entre setembro de 2023 e fevereiro deste ano.

A reportagem da CNN teve acesso exclusivo ao documento que circula internamente na prefeitura de São Paulo, revelando a preocupante situação enfrentada pelos agentes da Guarda Civil Metropolitana. Em resposta a essa grave denúncia, a prefeitura alegou que fornece os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários para os agentes e que está analisando a demanda apresentada pelo sindicato.

No entanto, vale ressaltar que, no mês de junho deste ano, a prefeitura confirmou a instalação de grades em parte das ruas da Cracolândia, alegando que a medida tem como objetivo melhorar as condições de trabalho e garantir a segurança dos agentes públicos. Mesmo diante dessa ação, a administração municipal negou que a decisão de cercar a região da Cracolândia tenha relação direta com a notificação feita pelo sindicato dos guardas civis.

A preocupação com a saúde pública na Cracolândia é um tema recorrente e foi amplamente debatida durante a CPI da Epidemia do Crack na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2023. Durante as discussões, autoridades como o Delegado de Polícia Ronaldo Sayeg e a psicóloga Maria Angélica ressaltaram a complexidade do problema e a necessidade de uma abordagem multidisciplinar.

O Sindguardas-SP destacou no documento enviado à prefeitura que as atividades de limpeza nas ruas da Cracolândia expõem os agentes da GCM a riscos biológicos significativos, mesmo com a utilização de EPIs. A sugestão do sindicato é que o trabalho na região seja classificado como insalubre, uma vez que atualmente os guardas recebem apenas o adicional de periculosidade. Em resposta, a prefeitura de São Paulo afirmou que, de acordo com a legislação em vigor, o adicional de insalubridade não pode ser acumulado com o adicional de periculosidade.

Diante desse cenário preocupante, a prefeitura informou que está analisando as demandas apresentadas pelo Sindguardas-SP e reafirmou o compromisso de fornecer os EPIs necessários para os agentes que atuam na região da Cracolândia. A saúde e segurança dos guardas civis metropolitanos de São Paulo são vitais para o bom desempenho de suas funções e para garantir a integridade física e mental desses profissionais que enfrentam diariamente desafios complexos no combate à criminalidade e no atendimento à população da cidade.

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