Terceirização da administração de escolas públicas: uma decisão arriscada e controversa segundo especialista do Instituto Unibanco

Recentemente, os governos do Paraná e de São Paulo anunciaram projetos polêmicos de terceirização da administração de escolas públicas, o que gerou desconfiança por parte de especialistas na área da educação. O superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, expressou preocupação com essa iniciativa, ressaltando a importância de uma gestão pública articulada entre os aspectos pedagógicos e administrativos.

A parceria com empresas privadas para a administração de escolas foi apresentada pelos governos de Ratinho Júnior, no Paraná, e Tarcísio de Freitas, em São Paulo. Ambos negam a interferência das empresas na parte pedagógica, mas a responsabilidade dessas empresas se estenderá à contratação de professores substitutos, controle de frequência de alunos e definição de metas para o corpo docente, em escolas específicas.

Henriques alerta que a gestão administrativa tem grande impacto no pedagógico e que experiências internacionais indicam que uma gestão articulada entre ambas as áreas produz bons resultados na educação. O Instituto Unibanco, que promoveu um seminário internacional sobre gestão educacional em São Paulo, atua no apoio de redes de ensino em seis estados brasileiros.

O executivo também criticou a proposta de escolas cívico-militares de Tarcísio, enfatizando que tais iniciativas geram segregação e desigualdade, indo contra a missão da educação pública. Ele defende a importância de uma gestão compartilhada, na qual as responsabilidades administrativas e pedagógicas sejam assumidas por uma equipe gestora dentro da própria rede de ensino.

Os projetos de terceirização das escolas públicas nos estados do Paraná e São Paulo foram vistos com cautela por Henriques, que ressaltou a necessidade de uma gestão pública responsável e comprometida com a qualidade para todos os estudantes. Ele destacou a importância de uma abordagem participativa e integradora, em contraposição à visão militarizada das escolas cívico-militares, que não favorece a criatividade e a participação dos alunos.

Por fim, Ricardo Henriques reforçou a importância de uma gestão escolar articulada entre os aspectos pedagógicos e administrativos, apontando que a missão da educação pública envolve garantir o acesso e a aprendizagem de todos os estudantes, sem gerar segregação ou desigualdade.

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