Segundo o presidente, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil disponibilizaram mais créditos do que os outros três grandes bancos do país, o que evidencia a falta de interesse do sistema financeiro em fomentar o setor produtivo. Lula destacou a taxa de juros de 10,50% como um reflexo desse cenário, criticando a falta de explicação e critérios para tal decisão.
Essa não foi a primeira vez que Lula se manifestou sobre a questão. No dia anterior à entrevista, ele já havia lamentado a manutenção da Selic, afirmando que “quem perde é o povo brasileiro”. A decisão do Copom de interromper o ciclo de cortes da taxa básica de juros, iniciado em agosto do ano passado, gerou expectativas no mercado, especialmente em relação ao placar da votação.
Apesar da divisão na reunião de maio, a decisão unânime do Copom foi bem recebida pelos agentes econômicos. O comitê justificou a manutenção da Selic em 10,50% ao ano como necessária para consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas em torno das metas estabelecidas. Além disso, pregou “serenidade e moderação na condução da política monetária”.
Dessa forma, a posição de Lula em relação à decisão do Banco Central evidencia um embate entre o governo e a instituição financeira, refletindo a tensão política e econômica existente no país. A manutenção da Selic em 10,50% ao ano representa um desafio para o governo em meio aos esforços para impulsionar a economia e superar os impactos da pandemia.