Repórter São Paulo – SP – Brasil

Lideranças comunitárias da Baixada Santista: mulheres negras enfrentam desafios e desigualdades na realização de trabalho social essencial.

Um estudo realizado pelo Instituto Elos revelou um panorama surpreendente sobre as lideranças comunitárias nos municípios da Baixada Santista, em São Paulo. De acordo com os dados coletados, 70% das 37 lideranças são mulheres autodeclaradas negras, sendo que 96% delas não possuem renda pessoal. Além disso, a pesquisa aponta que a maioria dessas lideranças atua há mais de 20 anos e possui mais de 50 anos de idade.

Os desafios enfrentados por essas lideranças são diversos, sendo que a falta de acesso a recursos financeiros para manter associações comunitárias e a desmobilização são alguns dos principais obstáculos apontados. A pesquisa também evidenciou que a falta de acesso às políticas públicas é um desafio enfrentado por 70% das lideranças entrevistadas, embora apenas 35% participem de conselhos ou iniciativas de diálogo com o setor público.

A diretora de projetos do Instituto Elos, Natasha Gabriel, ressaltou a importância do trabalho desenvolvido por essas mulheres, que atuam no fortalecimento comunitário e na promoção do cuidado social e coletivo nos territórios. Ela também levantou questionamentos sobre a falta de reconhecimento e remuneração para essas lideranças, que desempenham um papel fundamental na transformação socioambiental.

A pesquisa foi lançada na mesma semana em que se celebra o Dia da Educação Humana Não Sexista, criado em 1991 pela Rede de Educação Popular entre Mulheres da América Latina e do Caribe. Esse contexto reforça a importância de valorizar o trabalho e o papel das mulheres negras que lideram as organizações comunitárias na Baixada Santista.

Diante dessas informações, torna-se evidente a necessidade de repensar e reconhecer o papel dessas lideranças, buscando garantir condições dignas e viáveis para que continuem desempenhando seu importante trabalho em prol das comunidades locais. A educação não sexista, a diversidade, a solidariedade e a cooperação são valores essenciais que devem ser promovidos e incentivados para fortalecer esse trabalho tão relevante em nossa sociedade.

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