Os desafios enfrentados por essas lideranças são diversos, sendo que a falta de acesso a recursos financeiros para manter associações comunitárias e a desmobilização são alguns dos principais obstáculos apontados. A pesquisa também evidenciou que a falta de acesso às políticas públicas é um desafio enfrentado por 70% das lideranças entrevistadas, embora apenas 35% participem de conselhos ou iniciativas de diálogo com o setor público.
A diretora de projetos do Instituto Elos, Natasha Gabriel, ressaltou a importância do trabalho desenvolvido por essas mulheres, que atuam no fortalecimento comunitário e na promoção do cuidado social e coletivo nos territórios. Ela também levantou questionamentos sobre a falta de reconhecimento e remuneração para essas lideranças, que desempenham um papel fundamental na transformação socioambiental.
A pesquisa foi lançada na mesma semana em que se celebra o Dia da Educação Humana Não Sexista, criado em 1991 pela Rede de Educação Popular entre Mulheres da América Latina e do Caribe. Esse contexto reforça a importância de valorizar o trabalho e o papel das mulheres negras que lideram as organizações comunitárias na Baixada Santista.
Diante dessas informações, torna-se evidente a necessidade de repensar e reconhecer o papel dessas lideranças, buscando garantir condições dignas e viáveis para que continuem desempenhando seu importante trabalho em prol das comunidades locais. A educação não sexista, a diversidade, a solidariedade e a cooperação são valores essenciais que devem ser promovidos e incentivados para fortalecer esse trabalho tão relevante em nossa sociedade.