Falta de apoio aéreo dificulta combate aos incêndios no Pantanal, brigadistas enfrentam desafios no transporte e controle do fogo

O combate aos incêndios no Pantanal tem enfrentado grandes desafios devido à falta de apoio aéreo, conforme relatado por brigadistas que atuam na região. Sem a agilidade proporcionada por aviões e helicópteros, as equipes têm enfrentado dificuldades para controlar o fogo, que se espalha rapidamente por vastas áreas.

De acordo com as informações coletadas, a seca no rio Paraguai tem acrescentado riscos ao transporte fluvial, obrigando os bombeiros a enfrentar retornos obrigatórios no meio do caminho. Essa situação foi vivenciada por brigadistas de Mato Grosso do Sul durante as ações recentes na região.

O estado de Mato Grosso do Sul, que concentra a maior quantidade de focos de incêndio, dispõe de apenas dois aviões capazes de lançar água no combate às chamas. O Ibama, por sua vez, conta com apenas uma aeronave no momento, utilizada para identificar áreas com incêndios. No entanto, autoridades envolvidas nas operações consideram que o número de aeronaves disponíveis é insuficiente para enfrentar a crise atual.

A principal razão apontada para a escassez de transporte aéreo é a demora nos trâmites administrativos, que foram elaborados considerando o início tradicional da temporada de incêndios a partir de agosto. No entanto, em 2024, o fogo começou dois meses antes devido à seca severa que assola o bioma.

Durante operações em Corumbá, a reportagem constatou que as equipes do PrevFogo, braço do Ibama, precisavam se deslocar por meio de lanchas da Marinha ou veículos terrestres, sem apoio aéreo. Em uma das ações, que durou cerca de dez horas, os pilotos das lanchas enfrentaram dificuldades devido ao baixo nível do rio Paraguai.

Diante desse cenário, o Ibama informou que pretende adicionar mais seis aeronaves às operações na região, além de solicitar apoio do Ministério da Defesa para ampliar a quantidade de aeronaves disponíveis. Os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso também estão buscando acelerar contratos para compra de combustível e horas de voo de pilotos.

Enquanto as discussões e planejamentos ocorrem, o número de focos de incêndio no Pantanal continua a aumentar, registrando um aumento de 17,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Para as ONGs que integram o Observatório Pantanal, como a Chalana Esperança, o engajamento dos agentes no combate ao fogo não tem sido acompanhado por medidas eficazes, como a redução do orçamento do Ibama em 2024.

Em resposta às demandas da sociedade civil e dos brigadistas, os governos estão avaliando a possibilidade de solicitar recursos ao Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia para reforçar a capacidade de combate aos incêndios no Pantanal. Enquanto isso, as equipes no campo seguem lutando contra as chamas, mesmo diante de tantos obstáculos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo