Deputados da Alesp abrem cinco CPIs sem foco específico, especialistas questionam eficácia e apontam possíveis motivos políticos por trás

Na última semana, deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) abriram cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigações diversas, levantando questionamentos sobre a efetividade dessas investigações e a quantidade de investigações sem resultados concretos ao longo dos anos.

De acordo com dados da própria Alesp, das 99 investigações conduzidas por parlamentares desde a década de 1990, 34 não tiveram um relatório final apresentado. Mesmo nos casos em que há um relatório final, as propostas feitas muitas vezes não saem do papel, deixando a população sem medidas efetivas para solucionar os problemas identificados pelas CPIs.

Especialistas apontam que a abertura de cinco CPIs ao mesmo tempo pode impedir a investigação de outros assuntos importantes e acabar servindo como uma forma de promoção pessoal para os parlamentares. Além disso, a falta de resultados concretos ao longo dos anos levanta dúvidas sobre a eficácia do mecanismo de CPI como ferramenta de fiscalização.

No atual cenário da Alesp, as CPIs abertas visam investigar temas como pedofilia, crise financeira das Santas Casas, serviços de empresas de comunicação e o rombo bilionário das Lojas Americanas. No entanto, muitos desses temas já foram objeto de investigação em legislaturas passadas, sem resultados significativos para a população paulista.

A abertura de CPIs na Alesp segue um rito regimental, necessitando da assinatura de um terço dos parlamentares para ser iniciada. No entanto, a falta de resultados concretos e a possibilidade de prorrogação dos prazos das CPIs levantam questionamentos sobre a efetividade desse mecanismo como instrumento de fiscalização.

Diante desse cenário, é importante questionar a utilidade real das CPIs na Alesp e como essas investigações podem impactar efetivamente a vida da população paulista. A transparência e a eficácia das investigações conduzidas pelos parlamentares são essenciais para garantir a credibilidade do trabalho legislativo e a confiança da população nas instituições públicas.

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