No acumulado dos últimos 12 meses, o bioma do Pantanal já soma 9.014 focos de fogo, um aumento significativo em relação aos 1.298 registrados no mesmo período do ano passado. O que chama atenção é que, comparado a anos anteriores, o problema das queimadas tem se intensificado mais cedo, geralmente a partir de agosto.
Considerado a maior área úmida contínua do planeta, o Pantanal já sofre os impactos do El Niño e da mudança do clima, refletindo na escassez de recursos hídricos na região. A Bacia do Paraguai, que corta o bioma, já foi declarada em situação crítica em relação à disponibilidade de água.
Diante desse cenário preocupante, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a criação de uma sala de situação para atuar de forma preventiva no controle de incêndios e secas. O Ibama também intensificou suas ações, contratando mais de 2 mil brigadistas para atuar principalmente no Pantanal e na Amazônia, regiões mais afetadas pelas queimadas.
Uma pesquisa realizada pela rede de pesquisa MapBiomas revelou que, nas últimas quatro décadas, o Pantanal é o bioma mais atingido pelas queimadas, com 9 milhões de hectares queimados, representando 59,2% do território dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Diante desse grave quadro, um pacto entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e os governadores dos estados que compõem o Pantanal e a Amazônia foi firmado para implementar ações de prevenção e combate às queimadas, incluindo a suspensão das autorizações de queima até o fim do período seco.
A Agência Brasil procurou o Ministério do Meio Ambiente para obter mais informações sobre as medidas adotadas, mas até o momento da publicação desta matéria não obteve resposta. O cenário de queimadas e desmatamento no Pantanal é crítico e requer a união de esforços para proteger esse importante bioma.