Repórter São Paulo – SP – Brasil

Professores de universidades federais abandonam greve após promessas do governo, contrariando sindicato – Lula não oferece reajuste salarial.

Docentes das universidades federais decidiram encerrar a greve que já durava mais de dois meses, indo contra a orientação do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). A entidade sindical defendia a continuidade do movimento até que o governo do presidente Lula (PT) oferecesse um reajuste salarial ainda em 2024.

Até a noite da última quinta-feira (20), professores de instituições como UnB (Universidade de Brasília), UFPR (Universidade Federal do Paraná), UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e UFMA (Universidade Federal do Maranhão) tomaram a decisão de retornar às salas de aula, indicando uma mudança de postura em relação à greve.

Essa mudança de posicionamento dos docentes aconteceu após Lula buscar se aproximar da categoria. O presidente realizou um encontro com reitores, ouviu suas demandas e fez promessas de ação. Posteriormente, o governo anunciou investimentos nas universidades e apresentou uma nova proposta para o fim da greve por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Essa proposta incluía a revogação da portaria 983, que amplia a carga horária dos docentes, e a criação de um grupo permanente para discutir a restruturação da carreira acadêmica. No entanto, o Andes recusou os termos, pois a proposta não contemplava um reajuste salarial ainda para 2024.

Enquanto o sindicato resistiu à proposta do governo, o clima nas universidades era diferente. Lula solicitou a correligionários que conversassem com os servidores, enfatizando os benefícios oferecidos e fazendo promessas de melhorias futuras, o que culminou no encerramento da greve em algumas instituições.

A greve dos professores das universidades federais teve início em 15 de abril, com reivindicações por reajuste salarial e recomposição do orçamento das instituições. Representados pelo Andes, os servidores exigiam aumentos em percentuais escalonados até 2026, enquanto o governo oferecia uma proposta diferente, o que gerou um impasse e resultou na paralisação das atividades acadêmicas por mais de dois meses.

Em meio a esse cenário, o governo tentou acalmar os ânimos lançando um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para as universidades federais e hospitais universitários, com investimentos previstos de R$ 5,5 bilhões. No entanto, esses recursos já estavam previstos no orçamento do ano e foram apenas antecipados. A presidente da Andifes cobrou uma solução para a questão salarial dos servidores, enquanto Lula expressou o desejo pelo fim da greve dos docentes.

Em meio a essas reviravoltas, as universidades federais buscam um equilíbrio entre as demandas dos professores e a realidade orçamentária do governo, em um cenário que envolve negociações, promessas e ações políticas para resolver o impasse e restabelecer as atividades acadêmicas nas instituições de ensino superior.

Sair da versão mobile