Justiça analisa pedido de aborto legal após mulher ser enganada em relação sexual no interior de São Paulo

O Tribunal de Justiça de São Paulo está analisando um pedido de autorização judicial para um aborto legal feito por uma mulher que afirma ter sido enganada por um homem com quem teve relação no interior paulista. Os dois estavam em uma relação consensual quando o preservativo estourou, e ele não informou a ela sobre o rompimento, prosseguindo com o ato. Após a mulher perceber a falha na proteção, ela quis comprar uma pílula do dia seguinte, mas foi dissuadida pelo homem, que afirmou ter feito uma vasectomia e que não havia risco.

O exame indicando a gravidez foi feito em laboratório logo após a relação sexual em abril, e o homem prometeu enviar os resultados que comprovariam a vasectomia, o que nunca aconteceu. Um boletim de ocorrência foi registrado como violação sexual mediante fraude, e a defesa recorreu à Justiça para solicitar a autorização do aborto, alegando violência doméstica.

A Lei Maria da Penha descreve como violência sexual condutas que impeçam a mulher de usar métodos contraceptivos ou a forcem à gravidez, além de vedar comportamentos que limitem seus direitos sexuais e reprodutivos. A advogada da mulher argumenta que o caso se enquadra em violência sexual, mas não nas previsões legais que autorizam o aborto legal. No entanto, ela defende uma interpretação expansiva do artigo 128 do Código Penal, que permite o aborto em casos de gravidez resultante de estupro.

O juiz de primeira instância negou a autorização para o aborto, alegando que as hipóteses legais devem ser interpretadas de forma restritiva e que o nascituro tem direito à vida. A defesa recorreu da decisão, argumentando que a mulher sofreu violência ao ser enganada e não deseja a gravidez. A advogada destaca que a mulher está passando por um sofrimento intenso e não deveria ser penalizada criminalmente por decidir interromper a gravidez. A luta pela autorização para o aborto legal continua no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Além disso, a atriz e escritora Suzana Pires recebeu convidados na pré-estreia do minidocumentário “Dona de Si Criativa”, que destaca o trabalho de seu instituto em apoio às mulheres vulneráveis no mundo do trabalho. O evento contou com a presença de Patricia Casé e do empresário Kevin J. Gessay.

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