Repórter São Paulo – SP – Brasil

Investimento estrangeiro direto global tem queda de 2% em 2023, aponta relatório da Unctad, com perspectivas desafiadoras para 2024

O investimento estrangeiro direto (IED) global apresentou uma queda de 2% em 2023, atingindo a marca de US$ 1,3 trilhão, conforme informações divulgadas pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) em um relatório disponibilizado nesta quinta-feira, 20. O documento aponta ainda que o panorama continua desafiador para o ano de 2024, porém, há espaço para um aumento nos investimentos internacionais.

Nos países desenvolvidos, o fluxo de investimentos estrangeiros registrou um aumento de 8,9% em 2023, chegando a US$ 464 bilhões em comparação ao ano anterior. No entanto, a Unctad alerta que essa tendência foi impactada por transações de empresas multinacionais, influenciadas por movimentos para implantar uma taxa mínima global sobre seus rendimentos e pela volatilidade das “economias de condução”.

Essa situação afetou principalmente a Europa, onde o fluxo de IED passou de um total negativo de US$ 106 bilhões em 2022 para um saldo positivo de US$ 16 bilhões em 2023. Nos Estados Unidos, os investimentos estrangeiros diminuíram em 6%, totalizando US$ 311 bilhões no período.

Já nos países em desenvolvimento, houve uma redução de 7% nos fluxos de IED em 2023, chegando a US$ 867 bilhões, em comparação ao ano anterior. Esse resultado reflete perdas de 8% na Ásia, totalizando US$ 621 bilhões, impactada por um declínio incomum nos investimentos para a China, o segundo maior receptor global de IED, e perdas significativas na Índia.

Na América do Sul, os investimentos estrangeiros diretos tiveram uma queda de 2%, atingindo US$ 143 bilhões, com um aumento nos fluxos para Argentina, Chile e Guiana, mas com valores mais baixos no Brasil e no Peru. O Brasil, no entanto, continua sendo o maior receptor de IED na região.

A Unctad destaca que o cenário desafiador deve persistir em 2024, diante das previsões de enfraquecimento da economia, tensões geopolíticas e fragmentação do comércio em escala global. No entanto, o alto lucro das multinacionais, a flexibilização das condições financeiras e os projetos de transição verde anunciados podem aliviar a pressão sobre os investimentos, possibilitando um crescimento modesto ao longo do ano.

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