Estudo revela potencial de patentes de plantas endêmicas da Mata Atlântica em outros países e alerta para risco de perda de recursos

A Mata Atlântica, bioma sul-americano de grande importância para a biodiversidade do planeta, abriga diversas espécies únicas e endêmicas, que só podem ser encontradas nessa região do mundo. Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou a relevância das plantas endêmicas desse bioma no desenvolvimento de produtos e tecnologias patenteados internacionalmente.

De acordo com a pesquisa, 66 plantas endêmicas da Mata Atlântica resultaram no registro de 118 patentes entre os anos 2000 e 2021. Surpreendentemente, a China é o país com o maior número de registros de patentes, seguido pelos Estados Unidos, países europeus e Japão. O Brasil, que possui a riqueza dessas espécies em seu território, detém apenas 21 patentes, o que ressalta a importância de políticas de proteção e controle dos recursos genéticos nacionais.

A pesquisadora Celise Villa dos Santos, do INMA, destaca os desafios de identificar a origem do patrimônio genético presente nessas patentes, evidenciando a importância de mecanismos internacionais para garantir a transparência nesse processo. Ela ressalta a necessidade de implementar um certificado internacional de origem para o depósito de patentes, o que ainda está em discussão na Organização Mundial do Comércio.

Além das plantas endêmicas, o estudo identificou também patentes de plantas nativas, mas não endêmicas à Mata Atlântica. Essas descobertas enfatizam a importância das inovações tecnológicas na biotecnologia como um meio de impulsionar a economia nacional e internacional, especialmente diante da ampla diversidade botânica existente no Brasil.

Recentemente, o governo brasileiro lançou a Estratégia Nacional de Bioeconomia, um plano que visa desenvolver cadeias de produtos mais sustentáveis a partir de recursos biológicos e tecnologia avançada. Essa iniciativa se torna fundamental para promover o uso consciente e sustentável dos recursos naturais, garantindo a preservação da rica biodiversidade encontrada na Mata Atlântica e em outros biomas brasileiros.

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