Batizada de Operação Churrascada, a investigação revelou que o termo “churrasco” era utilizado pelos investigados para indicar o dia do plantão judiciário do magistrado, segundo a PF. Até o momento, o desembargador não se pronunciou sobre o caso.
Ivo de Almeida já havia estado envolvido em um momento conturbado da história, sendo corregedor prisional durante o massacre do Carandiru, em 1992. Em depoimento sobre o caso, o desembargador afirmou que “se houve excesso, não posso afirmar”. Sua avaliação durante a rebelião foi levada em conta na decisão do governador da época e do secretário de Segurança, resultando na invasão que resultou na morte de 111 presos.
Outro episódio que chamou atenção para Almeida foi a decisão de liberar da prisão quatro pessoas condenadas por fraudes no IPTU em Limeira, decisão que gerou polêmica na região. A Operação Churrascada é decorrente da Operação Contágio, de 2021, que investigou desvios de verbas públicas na área de saúde e revelou que a organização social AMG estava envolvida no esquema.
Documentos da Controladoria-Geral da União utilizados pela Polícia Federal na Operação Contágio mostraram que a AMG recebia grandes quantias de dinheiro público para prestar serviços de saúde, mas na verdade era uma fachada para desviar verbas para um grupo criminoso. A investigação segue em andamento no STJ e revela um cenário de corrupção e venda de decisões judiciais no meio jurídico.