Uma das principais mudanças propostas pelos senadores é a distribuição da carga horária do ensino médio. De acordo com o projeto aprovado, das 3.000 horas totais do ensino médio, 2.400 horas (80%) serão destinadas a um currículo comum para todos os alunos, abrangendo disciplinas tradicionais como matemática e português.
Atualmente, devido à reforma aprovada em 2017 durante o governo de Michel Temer, as horas são divididas entre disciplinas obrigatórias e itinerários formativos escolhidos pelos alunos. Com a nova proposta, os estudantes que optarem por cursos profissionalizantes terão uma carga horária diferenciada, com 2.200 horas para o currículo comum e 800 horas para disciplinas específicas dos cursos técnicos.
Além disso, a relatora do projeto no Senado, professora Dorinha, fez alterações significativas em relação ao texto que havia sido aprovado pela Câmara. Ela modificou pontos como a carga horária, a inclusão do espanhol como disciplina obrigatória e a restrição à contratação de professores sem formação específica para cursos técnicos.
Outra questão polêmica diz respeito à obrigatoriedade do espanhol. O projeto aprovado no Senado permite a substituição do espanhol e inglês em algumas situações, como em regiões de fronteira com países que falem outro idioma.
Essas mudanças visam sanar os problemas identificados na reforma do ensino médio realizada em 2017. A proposta aprovada em março pela Câmara reduz a carga horária comum para os estudantes que optarem por cursos profissionalizantes, com o objetivo de garantir uma formação mais equilibrada e preparatória para o mercado de trabalho.
Agora, cabe aos deputados decidirem se manterão as alterações feitas pelos senadores ou se retornarão ao texto original aprovado anteriormente. Independentemente do desfecho, o novo projeto para o ensino médio promete trazer melhorias significativas para a educação no país, garantindo uma formação mais completa e adaptada às necessidades dos estudantes.
