Proposta de anistia a partidos políticos desmoraliza classe política, afirma senador Jorge Kajuru em pronunciamento no Senado.

Em um pronunciamento contundente nesta quarta-feira (19), o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) manifestou seu repúdio à proposta de emenda à Constituição (PEC) que busca conceder anistia a partidos políticos que descumpriram as cotas mínimas de destinação de recursos em razão de sexo ou raça nas eleições de 2022. Para o parlamentar, tal iniciativa é uma afronta à sociedade brasileira e desmoraliza a classe política, servindo como mau exemplo aos cidadãos do país. O senador ressaltou a gravidade da situação ao questionar como os líderes políticos podem defender uma medida que perdoo irregularidades cometidas por seus próprios partidos.

Para Kajuru, a proposta de anistia representa, na verdade, uma forma de incentivar a impunidade e encorajar a prática de irregularidades. Ele destacou sua indignação com o fato de o Congresso criar leis eleitorais e, posteriormente, flexibilizar sua aplicação, enviando uma mensagem de que as regras podem ser ignoradas. Além disso, o senador apontou a nova versão do relatório da PEC, que inclui dispositivos para fortalecer a imunidade tributária dos partidos e estabelecer um programa de refinanciamento de suas dívidas, como mais um ponto negativo da proposta.

Ao citar o montante de R$ 4,9 bilhões destinados aos partidos políticos este ano, provenientes do fundo eleitoral, Kajuru criticou a ideia de conceder um Refis para que as agremiações quitem seus débitos, mesmo tendo acesso a quantias expressivas de recursos públicos. O senador ressaltou a discrepância na representatividade política no Brasil, apontando a baixa presença de mulheres no Congresso como um reflexo da falta de efetividade das medidas para ampliar a diversidade na política.

Diante desse cenário, fica evidente a preocupação de Jorge Kajuru com a possibilidade de o Legislativo sancionar uma medida que vai de encontro aos interesses da sociedade e enfraquece os mecanismos de fiscalização e transparência no âmbito político. Resta aguardar os desdobramentos dessa polêmica proposta na Câmara dos Deputados e as possíveis reações da sociedade diante desse debate acalorado.

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