Servidores federais ambientais entram em greve em 17 estados e no DF após seis meses sem avanços nas negociações com o MGI.

Os servidores federais ambientais decidiram entrar em greve após seis meses de negociações infrutíferas com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). A paralisação abrange 17 estados e o Distrito Federal e é liderada pela Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional), que representa funcionários vinculados a órgãos como Ibama, ICMBio, Ministério do Meio Ambiente e Serviço Florestal Brasileiro.

As assembleias que aprovaram a greve, por tempo indeterminado, aconteceram em nove estados no dia 24 de junho, e em oito estados, incluindo o Distrito Federal, a paralisação está programada para iniciar em 1º de julho. O Ceará foi o único estado que não aderiu à greve até o momento. Espera-se que a mobilização cresça com assembleias em outros estados nos próximos dias.

Desde janeiro, as atividades de fiscalização e licenciamento dos servidores da área ambiental já estavam suspensas, e a greve nacional deve ampliar a paralisação para todas as áreas, inclusive os serviços administrativos. Apesar da primeira proposta de reestruturação da carreira ter sido apresentada em outubro do ano passado, as negociações com o MGI só começaram em fevereiro deste ano. A última contraproposta do governo federal, apresentada em abril, foi rejeitada pelas assembleias dos servidores.

Segundo Cleberson Zavaski, presidente da Ascema Nacional, a paralisação dos servidores do Ibama resultou na redução de 80% das operações de fiscalização na Amazônia e de 60% no restante do país. O represamento das fiscalizações também está impactando a importação de veículos e o andamento das obras do PAC, que dependem de licenciamento ambiental. O aumento dos incêndios florestais também é uma preocupação devido à falta de operações de combate ao fogo.

O Ministério da Gestão informou que aguarda uma resposta formal à última proposta feita pelo governo, que prevê reajustes de 19% a 30% para a categoria. Apesar dos impactos causados pela greve, o órgão se mostra aberto ao diálogo com os servidores e afirma estar em negociação para resolver a situação. A mobilização dos servidores ambientais é um reflexo da insatisfação em relação à estrutura de carreira e às condições de trabalho, e sua continuidade pode afetar não apenas os serviços prestados por esses órgãos, mas também as metas ambientais e compromissos internacionais do país.

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