Desigualdade racial persiste no acesso de estudantes pardos e pretos a recursos tecnológicos nas escolas brasileiras, aponta pesquisa do Insper

Um estudo divulgado pelo Insper revelou que estudantes pardos e pretos enfrentam desigualdades no acesso a recursos tecnológicos nas escolas brasileiras. De acordo com a pesquisa, os alunos brancos têm mais acesso a itens como computadores, internet, banda larga, laboratórios de informática e ciências, em comparação com os estudantes pardos e pretos.

Os dados apontam que em 2019, 51% dos alunos brancos tinham acesso a essa infraestrutura, enquanto para os alunos pardos esse percentual era de 41% e para os alunos pretos, 44%. Em 2023, esses números subiram para 57% para os brancos, 49% para os pardos e 50% para os pretos. Essa discrepância evidencia a persistência das desigualdades raciais no acesso à tecnologia nas escolas do Brasil.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo destacaram que, embora haja avanços na oferta de recursos tecnológicos para todas as crianças no país, as disparidades raciais continuam presentes. Além disso, a pesquisa identificou que o acesso à tecnologia é mais expressivo entre os estudantes mais jovens, e diminui conforme avançam para os anos finais do ensino fundamental e médio.

A falta de acesso à tecnologia impacta diretamente na qualidade da educação oferecida aos estudantes, perpetuando o ciclo de desigualdade. Escolas localizadas em áreas desfavorecidas, majoritariamente habitadas por população negra, geralmente carecem de recursos importantes como bibliotecas, laboratórios adequados e acesso à tecnologia.

O estudo ressaltou a importância da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, implementada pelo governo Lula, como um passo importante para superar os desafios relacionados à conectividade nas escolas. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados, como a redução das disparidades regionais e raciais no acesso à tecnologia.

Em resumo, a pesquisa evidenciou a persistência das desigualdades raciais no acesso a recursos tecnológicos nas escolas brasileiras e apontou para a necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão digital de forma mais igualitária, garantindo assim um ensino de qualidade para todos os estudantes, independentemente de sua cor de pele.

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