A expectativa em relação à decisão de juros pelo Banco Central também está no radar dos investidores, que buscam sinais em meio às pressões políticas e à dicotomia dentro do governo. O economista Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, avalia que a chance de recuperação do mercado é fraca diante do atual contexto político e fiscal.
O encontro do presidente Lula com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros membros da Junta de Execução Orçamentária é aguardado com expectativa, já que a revisão de gastos pode ser anunciada devido às crescentes dúvidas no mercado sobre o cumprimento fiscal do país. Além disso, o Senado deve apresentar medidas de compensação à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos de empresas e municípios.
O analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, destaca a importância das decisões que serão tomadas ao longo da semana para o cenário macroeconômico do Brasil. A preocupação com a situação fiscal do governo se intensifica, e as projeções de inflação, Selic e dólar apresentam um viés de alta no boletim Focus.
No mercado internacional, a economia dos Estados Unidos demonstra sinais de aquecimento, o que impacta os rendimentos dos Treasuries e pode atrasar as expectativas de corte de juros. No entanto, nem mesmo a alta do petróleo ou as ações da Petrobras são capazes de animar o Ibovespa, que enfrenta desafios internos e externos.
Com as principais ações ligadas a commodities operando em queda, o cenário se mostra desafiador para os investidores. A expectativa de anúncio de cortes de gastos pelo governo pode trazer algum alívio, mas a incerteza em relação ao futuro econômico do país permanece. A decisão do Copom, a taxa de juros da China e outros eventos ao longo da semana serão cruciais para definir os rumos do mercado financeiro brasileiro.