Fumaça e fuligem persistem em Corumbá com antecipação da temporada de fogo no Pantanal, mobilizando brigadistas e moradores.

A temporada de fogo no Pantanal está sendo antecipada este ano, causando preocupação em Corumbá (MS), onde os moradores convivem com fumaça e fuligem de incêndios há semanas. Mesmo com essa situação alarmante, a movimentação na cidade de 96,2 mil habitantes durante o fim de semana não indicou uma mudança significativa na rotina.

Na noite de domingo (16), os bares do Porto Geral estavam cheios, com o público ocupando mesas e pequenos grupos se reunindo para conversar ou apreciar uma batalha de rimas. A cidade também se prepara para o início das festividades do Arraial do Banho de São João na próxima sexta-feira (21), com hotéis lotados e expectativa de participação.

A apenas cinco quilômetros de distância, no entanto, um incêndio foi registrado em uma encosta próxima ao rio Paraguai. Funcionários de um hotel relataram que o fogo do outro lado do rio tem sido constante, mas a situação não parecia preocupar os hóspedes, já que o vento não estava soprando na direção da margem oposta.

Os brigadistas locais estão em constante monitoramento dos incêndios, pois novos focos surgem diariamente sobre a vegetação seca. Em um episódio recente, na fazenda São Bernardo, a 45 km do centro de Corumbá, os brigadistas do PrevFogo, do Ibama, combateram um incêndio que destruiu lotes da fazenda em menos de duas horas.

Desde janeiro até 11 de junho deste ano, mais de 372 mil hectares já foram atingidos por incêndios no Pantanal, uma área maior do que duas cidades de São Paulo. Esses números representam um aumento de 54% em relação ao mesmo período de 2020, considerado o pior ano de queimadas no bioma. Os dados são do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ.

A situação no Pantanal e a antecipação da temporada de incêndios são motivo de preocupação e mobilização das autoridades e brigadistas locais, que estão trabalhando incansavelmente para conter os focos de fogo e proteger a vegetação e a fauna do bioma. A população de Corumbá, apesar de conviver com a fumaça e os incêndios, mantém sua rotina enquanto acompanha de perto a situação crítica da região.

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