Após ação de drones, número de frequentadores na cracolândia de São Paulo cai para menos de 400 pessoas por dia

A gestão municipal de São Paulo está intensificando o combate à aglomeração de usuários de drogas na região conhecida como cracolândia, utilizando drones para monitorar a quantidade de frequentadores. As equipes realizam contagens duas vezes ao dia, percorrendo a rua dos Protestantes e outras áreas ocupadas pela concentração de pessoas, que diminuiu de 600 para menos de 400 usuários por dia.

Essa redução no número de frequentadores é atribuída a uma série de mudanças promovidas pela gestão pública, como o aumento das prisões, o sobrevoo constante de drones e a proibição de acessar certas áreas com mochilas, sacolas e bolsas. Essas medidas têm levado os usuários a adotarem uma rotina itinerante, mudando-se com mais frequência pelo centro da cidade.

No entanto, as ações de repressão também têm gerado críticas. A OAB de São Paulo relata casos de prisões ilegítimas e abordagens violentas por parte da polícia. Além disso, a prática de fotografar os rostos dos frequentadores com celulares, alegando fins de identificação, tem sido questionada como ilegal por advogados especializados em direitos humanos.

Apesar das controvérsias, a gestão municipal destaca que as novas estratégias têm contribuído para a queda no número de pessoas na cracolândia. O monitoramento por câmeras de vigilância e a presença de agentes de saúde também têm sido fundamentais nesse processo. Há um esforço em desmistificar a imagem da cracolândia, com autoridades insistindo que não se trata de um local de diversão, mas sim de um cenário de abuso de drogas que requer intervenções mais humanizadas.

A gestão traz dados positivos, como a redução de 27% no número de pessoas na rua dos Protestantes e o aumento das prisões realizadas pelas forças de segurança. No entanto, a atuação das autoridades tem sido alvo de questionamentos por parte do Ministério Público, que aponta possíveis irregularidades nas detenções realizadas pela Polícia Civil.

Diante desse cenário complexo, a cidade de São Paulo busca encontrar um equilíbrio entre a repressão ao tráfico de drogas e a garantia dos direitos dos usuários, a fim de enfrentar o desafio representado pela cracolândia e oferecer uma abordagem mais humanizada para lidar com a problemática do uso de drogas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo