A decisão foi tomada por um placar de seis votos a três e reflete as divisões ideológicas presentes na Suprema Corte americana, que atualmente possui uma maioria conservadora. O juiz Clarence Thomas foi responsável por redigir o parecer, argumentando que a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) ultrapassou seus poderes ao proibir o dispositivo.
Os bump stocks têm a capacidade de aumentar a velocidade de disparo dos fuzis semiautomáticos para até 800 tiros por minuto, tornando-os comparáveis às metralhadoras. Essa proibição foi baseada em uma lei de 1986 que restringe o uso de metralhadoras por civis nos Estados Unidos. No entanto, Thomas defendeu que um fuzil semiautomático equipado com um bump stock não pode ser considerado uma “metralhadora” de acordo com a definição da lei.
O poder letal desses dispositivos foi comprovado durante o trágico evento em Las Vegas em 2017, quando um atirador causou a morte de dezenas de pessoas em um festival de música country. Desde então, houve um debate sobre a regulamentação dos bump stocks, culminando na proibição durante o governo Trump.
A decisão da Suprema Corte foi criticada por democratas e pela equipe de campanha do presidente Joe Biden, que defendem mais restrições para armas de fogo. A repercussão dessa medida e o impacto que terá na segurança pública nos Estados Unidos são questões que permanecem em discussão.
Diante desse cenário, espera-se que a Suprema Corte continue arbitrando sobre questões relacionadas ao acesso e controle de armas no país, incluindo a tentativa do governo Biden de proibir o acesso a armas para pessoas sob ordens de restrição por violência doméstica. Essas decisões têm o potencial de moldar significativamente as políticas sobre armamento nos EUA e impactar a segurança da população.
