Ministro das Relações Institucionais se posiciona contra Projeto de Lei que equipara aborto a homicídio após 22ª semana de gestação.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez uma declaração contundente nesta sexta-feira (14) em relação ao Projeto de Lei 1.904/2024, que está em tramitação na Câmara dos Deputados e propõe equiparar o aborto ao homicídio simples a partir da 22ª semana de gestação. Padilha deixou claro que o governo não apoia a proposta e afirmou que não haverá mudanças na legislação atual sobre o aborto no país.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o ministro ressaltou a preocupação com as consequências do projeto, especialmente para as mulheres e meninas vítimas de estupro. Ele destacou o impacto negativo que a proposta teria ao impor penas severas para mulheres que decidem interromper uma gravidez decorrente de estupro.

Segundo o projeto em questão, as mulheres que realizarem o aborto após as 22 semanas de gestação, mesmo em casos de estupro, poderão ser condenadas a penas de seis a 20 anos de reclusão, uma punição mais grave do que a estabelecida para o crime de estupro de vulnerável.

Padilha reforçou a posição do governo em não apoiar um projeto que coloca mulheres e meninas em situações de vulnerabilidade e as penaliza de forma desproporcional em relação aos agressores. Atualmente, no Brasil, o aborto é permitido em casos específicos, como gravidez resultante de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia do feto.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também se pronunciou sobre o tema, destacando a complexidade e sensibilidade do assunto na sociedade brasileira. Mesmo sendo pessoalmente contra o aborto, ela ressaltou a importância de respeitar os direitos das mulheres e não penalizá-las de forma desumana, especialmente diante de situações tão delicadas como o estupro.

Diante da postura firme do governo em relação ao Projeto de Lei 1.904/2024, resta aguardar os próximos desdobramentos e discussões sobre o tema no Congresso Nacional, levando em consideração os distintos aspectos éticos e jurídicos envolvidos em torno do direito ao aborto no país.

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