De acordo com os resultados iniciais, nove em cada dez moradores do Estado foram afetados psicologicamente após o episódio das enchentes. Além disso, o estudo também aponta para a influência da desigualdade econômica na saúde mental, com a população de renda familiar inferior a R$ 1.500 sendo a mais impactada por ansiedade, depressão e síndrome de burnout na região.
Os sintomas mais relatados pelos participantes incluem ansiedade (91%), síndrome de burnout (59%) e depressão (49%). Além disso, o estudo demonstra que a ansiedade afeta 100% das pessoas com renda familiar abaixo de R$ 1.500, enquanto os sintomas de depressão são mais prevalentes entre aqueles com menor renda.
A coordenadora do estudo, a psiquiatra Simone Hauck, enfatizou a importância de identificar as áreas mais vulneráveis e planejar estratégias para auxiliar as pessoas afetadas. A ideia é utilizar os dados levantados para embasar iniciativas do poder público e capacitar profissionais para o atendimento de saúde mental nos locais mais afetados.
Segundo Simone, a pesquisa deve acompanhar os moradores do Estado por pelo menos um ano, divulgando resultados parciais ao longo desse período para auxiliar no planejamento de ações para saúde mental. A psiquiatra também ressaltou que as pessoas com melhores condições financeiras tendem a ter seus sintomas reduzidos com o passar do tempo, devido à capacidade de reconstruir suas vidas.
Portanto, o estudo destaca a importância de atenção especial à saúde mental da população afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul e a necessidade de ações efetivas para minimizar o impacto psicológico desses eventos extremos.