China pode ter alcançado pico de emissões de CO2 em 2023, sete anos antes do previsto, indica estudo de pesquisador finlandês

Um novo relatório elaborado pelo pesquisador finlandês Lauri Myllyvirta trouxe à tona uma informação animadora em relação às emissões de dióxido de carbono na China. De acordo com o estudo, as emissões do país caíram 3% em março, pondo fim a mais de um ano de aumento constante após o impacto da pandemia. A análise sugere que a China pode ter atingido o pico de suas emissões em 2023, sete anos antes do prazo projetado inicialmente.

Myllyvirta, fundador do Centro de Investigação em Energia e Ar Limpo de Helsinque, é especialista em assuntos relacionados à China e destacou que a queda nas emissões de CO2 em março se deveu, principalmente, à expansão da geração solar e eólica, que conseguiu suprir 90% do crescimento da demanda por eletricidade, além da queda na atividade de construção.

Esse anúncio representa um marco importante, uma vez que o presidente Xi Jinping havia se comprometido, em discurso na Assembleia Geral da ONU há quatro anos, em atingir o pico de emissões de CO2 antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060.

O estudo de Myllyvirta foi bem recebido pelo escritório do Greenpeace em Pequim, que enfatizou a importância de manter as políticas de redução de emissões, como a restrição ao aumento de usinas de carvão e o incentivo à energia renovável.

Além disso, um extenso plano de ação foi publicado pelo Conselho de Estado da China, com metas claras para a redução de emissões nos próximos anos. O foco principal do plano inclui o controle do consumo de carvão e a integração de fontes renováveis na matriz energética do país.

O relatório de Myllyvirta também destaca a transição do país para fontes de energia menos intensivas e a crescente adoção de veículos elétricos como fatores que contribuíram para a redução das emissões de CO2.

No entanto, apesar dos avanços, o pesquisador ressalta que ainda há incertezas em relação ao futuro das emissões na China. A questão-chave agora é se o crescimento da energia limpa continuará a ser priorizado para manter a tendência de redução das emissões de dióxido de carbono no país.

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