Myllyvirta, fundador do Centro de Investigação em Energia e Ar Limpo de Helsinque, é especialista em assuntos relacionados à China e destacou que a queda nas emissões de CO2 em março se deveu, principalmente, à expansão da geração solar e eólica, que conseguiu suprir 90% do crescimento da demanda por eletricidade, além da queda na atividade de construção.
Esse anúncio representa um marco importante, uma vez que o presidente Xi Jinping havia se comprometido, em discurso na Assembleia Geral da ONU há quatro anos, em atingir o pico de emissões de CO2 antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060.
O estudo de Myllyvirta foi bem recebido pelo escritório do Greenpeace em Pequim, que enfatizou a importância de manter as políticas de redução de emissões, como a restrição ao aumento de usinas de carvão e o incentivo à energia renovável.
Além disso, um extenso plano de ação foi publicado pelo Conselho de Estado da China, com metas claras para a redução de emissões nos próximos anos. O foco principal do plano inclui o controle do consumo de carvão e a integração de fontes renováveis na matriz energética do país.
O relatório de Myllyvirta também destaca a transição do país para fontes de energia menos intensivas e a crescente adoção de veículos elétricos como fatores que contribuíram para a redução das emissões de CO2.
No entanto, apesar dos avanços, o pesquisador ressalta que ainda há incertezas em relação ao futuro das emissões na China. A questão-chave agora é se o crescimento da energia limpa continuará a ser priorizado para manter a tendência de redução das emissões de dióxido de carbono no país.