Funcionários da Cobasi indiciados por morte de animais durante enchente em Porto Alegre: lojas e matriz também são investigadas.

Na última quarta-feira (11), sete funcionários da rede de petshop Cobasi foram indiciados pela morte de animais que estavam nas lojas durante uma inundação em Porto Alegre. As unidades gaúchas e a matriz, localizada em São Paulo, também foram indiciadas por maus-tratos, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais.

A penalização prevista para esse tipo de crime é detenção de três meses a um ano, além de multa. No entanto, a pena pode aumentar em caso de morte dos animais e há agravante quando os crimes são praticados em épocas de inundação, como foi o caso. A Cobasi, por sua vez, alega estar indignada com o indiciamento e ressalta que os funcionários tomaram medidas para garantir que os animais estivessem em locais seguros durante a inundação.

Segundo a polícia, quase 200 animais que estavam à venda nas lojas morreram, incluindo aves, roedores e peixes. Na unidade do shopping Praia de Belas, 38 carcaças foram recolhidas, mas o estoque indicava a presença de 175 animais, que ficaram submersos. Na outra loja da Cobasi, localizada na avenida Brasil, ao menos uma ave e vários peixes foram encontrados mortos.

A delegada responsável pelo caso afirmou que a Cobasi não tinha um plano de contingência para proteger os animais e não se mobilizou para resgatá-los durante a inundação. Ela destacou o despreparo da rede, que lida com animais vivos e se propõe a promover seu bem-estar, mas falhou em tomar as medidas necessárias para protegê-los.

A empresa alega que os animais foram colocados em estruturas altas para garantir sua segurança, mas a água acabou atingindo uma altura muito maior do que o previsto. Além disso, a gerência do shopping teria solicitado que os lojistas não tentassem acessar o local durante a inundação, o que impediu a retirada dos animais a tempo. A outra empresa indiciada pelo mesmo motivo, o petshop Bicharada, também enfrenta acusações semelhantes em relação aos cuidados com os animais durante a enchente em sua loja.

O advogado da Cobasi considerou o indiciamento como um “contorcionismo jurídico” e alegou que a empresa foi pega de surpresa por um evento natural de grandes proporções. Por outro lado, a polícia apontou falhas na conduta dos responsáveis pelas lojas e na falta de planejamento para garantir a segurança dos animais durante a calamidade. Enquanto isso, a justiça e as investigações continuam para determinar as responsabilidades e as penalidades cabíveis a fim de evitar que fatos semelhantes se repitam no futuro.

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