Município de São Caetano resistente em implantar residências terapêuticas para pessoas com transtornos mentais, apesar de decisões judiciais

No ABC paulista, a implantação de residências terapêuticas para abrigar pessoas com transtornos mentais tem se tornado uma realidade em várias cidades da região. Enquanto São Caetano ainda resiste em cumprir determinações judiciais nesse sentido, outras localidades já contam com 15 residências que abrigam 119 pessoas em tratamento.

A Defensoria Pública obteve uma decisão favorável em uma Ação Civil Pública para obrigar a prefeitura de São Caetano a implantar duas residências terapêuticas na cidade. Isso porque desde 2001, pessoas com transtornos mentais não devem mais permanecer em hospitais psiquiátricos ou manicômios judiciais. A cidade foi condenada pela justiça em outro processo movido pelo Ministério Público, e apesar dos recursos da prefeitura, acabou perdendo em todas as instâncias.

A defensora pública Renata Flores Tibyriçá aponta que a postura de São Caetano pode ser motivada por preconceito e discriminação, pois acredita-se que as pessoas com transtornos mentais não são capazes de levar uma vida produtiva. No entanto, a instalação das residências terapêuticas é vista como uma forma de reparação pelo tempo em que essas pessoas ficaram institucionalizadas.

No restante do ABC, cidades como Santo André, São Bernardo e Diadema já contam com várias casas terapêuticas em funcionamento. Em Santo André, por exemplo, para preencher uma vaga é necessário ter vivido em uma instituição asilar por dois anos ou mais, além de outros critérios como vínculos formados durante a internação e referências familiares no município.

Em São Bernardo, as residências terapêuticas são locais de moradia, não realizam atendimentos, e não possuem fila de espera. Já em Diadema, os locais contam com cuidadores e técnicos de enfermagem, visando a autonomia dos moradores e sua reinserção na comunidade.

Portanto, a implantação de residências terapêuticas tem se mostrado uma alternativa eficaz para o tratamento e a reintegração social de pessoas com transtornos mentais, representando um avanço na saúde mental da região do ABC paulista.

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