Repórter São Paulo – SP – Brasil

Investigação da Polícia Federal não encontra disputa política entre Marielle Franco e Domingos Brazão, apontado como mandante do crime.

A Polícia Federal concluiu após intensas investigações que não houve uma disputa política entre a vereadora Marielle Franco, do PSOL, e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, apontado como mandante do crime. A afirmação foi feita por um delegado da PF em depoimento à Justiça no contexto do processo que condenou um ex-policial militar e uma advogada por tentarem obstruir as investigações do homicídio de Marielle.

Brazão e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, foram acusados pelo Ministério Público Federal de serem os responsáveis pelo crime, com base na delação do ex-PM Ronnie Lessa, que confessou ter realizado os disparos contra a vereadora e seu motorista. No entanto, a PF não encontrou provas de corroboração no caso, e os irmãos negam qualquer envolvimento no crime.

Durante a investigação da investigação, a PF analisou as declarações falsas do ex-PM Rodrigo Jorge Ferreira, que atribuiu o crime a outros suspeitos, como o miliciano Orlando Curicica e o vereador Marcello Siciliano. O inquérito concluiu que Ferreira mentiu para se proteger de um possível atentado de Curicica.

Os delegados que participaram da apuração também não identificaram nenhum vínculo entre Domingos Brazão e Marielle Franco, nem conflito político entre eles. O inquérito resultou no indiciamento apenas de Ferreira e da advogada Camila, com base em informações inconsistentes e falsas prestadas por eles.

Após cinco anos de investigações, a PF concluiu que os irmãos Brazão planejaram matar Marielle para proteger os interesses da família em práticas de grilagem de terras e intimidar outros membros do PSOL. O crime teria sido o ápice de desavenças entre os Brazão e integrantes do partido desde 2008, quando Domingos teve o nome citado na CPI das Milícias.

A delação de Ronnie Lessa trouxe novos elementos que levaram a PF a reavaliar mensagens trocadas entre Ferreirinha e o policial Marco Antônio de Barros Pinto. Marquinhos DH foi indiciado sob suspeita de obstruir as investigações do caso Marielle a pedido de Lessa. A PF reabriu o caso para investigar o possível envolvimento de outros policiais na obstrução da justiça.

Os delegados responsáveis pelo caso assinam os relatórios finais e a PF afirmou que o contexto das investigações foi reanalisado após novas informações surgirem, incluindo o envolvimento de outros agentes na obstrução da justiça. A delação premiada de Ronnie Lessa foi crucial para a reabertura e avanço das investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e seu motorista.

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