Governo federal propõe mudanças nos gastos mínimos de Saúde e Educação para evitar colapso do novo arcabouço fiscal

Em virtude da disparidade nos valores destinados às pastas da Saúde e Educação em relação aos demais gastos previstos no novo arcabouço fiscal, a equipe econômica do governo federal planeja apresentar mudanças no formato dos gastos mínimos para essas áreas no Orçamento do próximo ano. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será proposto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva novas fórmulas de cálculo para essas despesas no Orçamento Geral da União, que deve ser encaminhado ao Congresso até 30 de agosto.

De acordo com Haddad, as sugestões visam evitar a ampliação real (acima da inflação) dos pisos para saúde e educação, limitando-a a 2,5%, conforme apontado por uma reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”. O ministro ressaltou que não haverá perda de recursos para essas áreas, destacando que o objetivo da alteração é evitar o colapso do novo arcabouço fiscal, uma vez que os pisos de saúde e educação cresceriam mais do que os gastos discricionários dos ministérios nos próximos anos.

O descompasso decorre da forma como os pisos mínimos para saúde e educação são calculados em relação aos demais gastos do arcabouço fiscal. Enquanto os primeiros são estabelecidos com base em um percentual das receitas, os demais têm como limite 70% do crescimento real da receita no ano anterior. Com o fim do teto federal de gastos no ano passado, os pisos voltaram a ser definidos em 15% da receita corrente líquida para saúde e 18% da receita líquida de impostos para educação.

Em 2025, estima-se que o governo terá R$ 504 bilhões a menos para investimentos devido à compressão do espaço para despesas livres, caso não sejam modificadas as regras concernentes aos limites mínimos de saúde e educação. Diante disso, são debatidos vários cenários pelas áreas técnicas, porém nenhuma proposta ainda foi submetida à apreciação do presidente.

No ano passado, durante as discussões sobre o novo arcabouço fiscal, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, defendeu uma reavaliação do cálculo dos pisos mínimos no Orçamento de 2025. Haddad também havia mencionado a inclusão de uma regra de transição no arcabouço fiscal, porém essa proposta não avançou na elaboração do novo marco para as contas públicas.

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