Deputados defendem cooperação entre órgãos para coibir manipulação no esporte pela Operação Penalidade Máxima. Ações visam combater fraudes em partidas de futebol.

Na tarde desta terça-feira (11), membros do Ministério Público de Goiás participaram de uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, onde defenderam a importância da cooperação entre órgãos públicos e entidades esportivas para combater a manipulação no esporte. Durante a reunião, foram discutidos detalhes da Operação Penalidade Máxima, que investiga um grupo suspeito de corromper jogadores de futebol oferecendo dinheiro para que recebam punições durante as partidas.

Na ocasião, os senadores Jorge Kajuru e Romário apresentaram requerimentos para ouvir o procurador-geral do MP goiano, Cyro Terra Peres, e o promotor Fernando Martins Cesconetto, que faz parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. Os depoentes discutiram sobre a melhor forma de estruturar o combate a esse tipo de crime, destacando a importância da troca de informações entre Ministérios Públicos, polícias e entidades esportivas.

Cyro Peres ressaltou a necessidade de uma plataforma nacional para reprimir condutas ilícitas, citando avanços na legislação brasileira, como a recente regulamentação das apostas esportivas. Além disso, o promotor Fernando Cesconetto defendeu a adesão do Brasil à Convenção de Macolin, que visa combater a manipulação de resultados esportivos.

As investigações da Operação Penalidade Máxima iniciaram após uma denúncia do presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo, que apontou indícios de manipulação em partidas da Série B do Campeonato Brasileiro. Até o momento, 32 pessoas foram denunciadas no âmbito da operação, que já contabiliza quatro fases e teve repercussão em diversos estados do país.

Outro ponto de destaque na reunião foi a questão das casas de apostas, que foram mencionadas pelos senadores Eduardo Girão e Romário. Os depoentes afirmaram que essas empresas muitas vezes são vítimas de manipulação, mas não costumam fazer denúncias. O procurador Cyro Peres sugeriu a criação de uma regra que obrigue as empresas de apostas a comunicar às autoridades movimentações suspeitas.

Por fim, durante a discussão, o senador Carlos Portinho cobrou a regulamentação das leis de apostas e alertou para o aumento no número de cartões em jogos do Brasileirão, sugerindo a necessidade de investigação. A reunião também abordou a condenação de torcedores na Espanha por injúrias racistas contra o jogador Vinicius Júnior, destacando a importância do combate ao racismo no futebol.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo