Congresso tenta equiparar aborto a homicídio em votação urgente, em mais um capítulo da luta contra o STF e dos direitos das mulheres.

A recente tentativa do Congresso Nacional de equiparar o aborto ao homicídio tem gerado polêmica e levantado questionamentos sobre os direitos das mulheres e a saúde pública no Brasil. A votação urgente e sem discussões prévias em comissões foi vista como uma estratégia da extrema direita para tornar o procedimento ilegal em qualquer circunstância, ignorando que o aborto é um tema de saúde pública, não de segurança.

Essa ação do Congresso faz parte de um movimento que vem se intensificando nos últimos anos, com centenas de projetos de lei que visam restringir o acesso ao aborto, mesmo em casos previstos por lei, como estupro, risco de morte da mãe e anencefalia do feto. A portaria de 2012 que sugere o prazo de até 22 semanas para a realização do procedimento não tem sido efetivamente cumprida, com muitos serviços de saúde fechando as portas e profissionais se recusando a realizar o aborto por questões morais.

Além disso, a falta de informação da população e a burocracia do sistema de saúde dificultam ainda mais o acesso das mulheres ao atendimento adequado. Muitas vezes, a gravidez em casos de violência só é descoberta em estágio avançado, o que torna o processo de interrupção ainda mais complicado e demorado.

Enquanto isso, em meio a essa discussão, líderes políticos como José Guimarães, do PT, minimizam a importância do tema e relutam em abordar o assunto de forma séria e responsável. A falta de compromisso com a garantia dos direitos das mulheres e a proteção das vítimas de violência é alarmante e levanta questionamentos sobre a verdadeira agenda por trás dessas medidas.

Diante desse cenário, é essencial que o Congresso Nacional reavalie suas prioridades e promova um debate sério e transparente sobre a questão do aborto no Brasil. Garantir o acesso das mulheres aos seus direitos e à assistência necessária é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A criminalização do aborto só contribui para o retrocesso e a vulnerabilização das mulheres, o que não pode ser tolerado em uma democracia que preza pela dignidade e pelo respeito aos direitos humanos.

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