O aumento do endividamento é atribuído ao maior interesse das famílias em buscar crédito devido à queda da taxa básica de juros (Selic), que tem sido reduzida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) desde agosto do ano passado e hoje está em 10,50%. Com juros mais baixos, as famílias aproveitam as condições favoráveis para contrair dívidas, seja por meio de compras no cartão de crédito, financiamentos ou outras formas de crédito.
Além disso, o percentual de famílias que se consideram muito endividadas também aumentou, atingindo 17,8% em maio. Outro dado preocupante é a inadimplência, que se manteve estável em 28,6% em maio. Porém, a porcentagem de famílias que não conseguirão pagar suas dívidas chegou a 12%, o que representa um aumento em relação aos meses anteriores.
Os principais motivos de endividamento apontados na pesquisa são o cartão de crédito, presente em 86,9% dos casos, seguido por carnês (16,2%) e crédito pessoal (9,8%). Uma boa notícia foi a diminuição do uso do cheque especial, que teve a menor taxa desde que a pesquisa começou em 2010, com apenas 3,9% das famílias endividadas utilizando essa modalidade de crédito.
A expectativa da CNC é que o percentual de endividados continue aumentando nos próximos meses, atingindo 80,4% até dezembro. A situação do endividamento das famílias no Brasil é um reflexo do cenário econômico e das políticas de crédito adotadas no país.