Segundo relatos dos pais da menina, um colega de Maria Hellenna teria proferido insultos racistas, como “Joga, sua macaca”, durante a atividade esportiva. A mãe da criança, a pedagoga Talita Contenças de Arruda, denunciou o caso no mês passado, o que levou à convocação da audiência para o dia 16 de julho.
A decisão da Justiça em ouvir diretamente a criança durante a audiência foi recebida com entusiasmo pela família e pela defesa. O advogado Hédio Silva Jr., coordenador do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras, destacou a importância da criança poder descrever os impactos da conduta racista diretamente ao juiz, ressaltando a gravidade e ofensividade do ato.
Silva Jr. também representou a atriz Samara Felippo em um caso semelhante de discriminação racial envolvendo a filha da artista em um colégio de São Paulo. Ele argumenta que é fundamental que medidas de reeducação sejam aplicadas ao suposto agressor, como prestar serviço em uma ONG voltada para questões raciais.
A defesa lamenta que escolas, que deveriam ser espaços de valorização da diversidade, tenham que lidar com situações de intolerância racial, levando à revitimização de crianças negras. Para o advogado, a tortura racial sofrida por Maria Hellenna tem impactos permanentes em sua vida, destacando a necessidade de medidas educativas e punitivas para combater tais atitudes.