Repórter São Paulo – SP – Brasil

Transferência de Ronnie Lessa para presídio em SP traz riscos à segurança, afirmam profissionais de segurança dos presídios paulistas.

No centro de uma polêmica envolvendo a transferência do ex-policial militar Ronnie Lessa para o Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, estão questões de segurança e capacidade das unidades prisionais. Lessa, acusado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, teve sua transferência autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Profissionais que atuam na segurança dos presídios paulistas levantam preocupações em relação à transferência de Lessa para Tremembé. Segundo o presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo, Fábio Jabá, as duas unidades do complexo não seriam adequadas para abrigar um preso com o perfil de Lessa. A Penitenciária Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, conhecida como P1, encontra-se superlotada, com mais detentos do que sua capacidade.

Por outro lado, a P2, conhecida como o “presídio dos famosos”, recebe condenados por crimes de grande repercussão, como os casos de Robinho, Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Gil Rugai e Roger Abdelmassih. Contudo, a P2 não aceita presos ligados ao crime organizado, o que gera preocupações em relação à segurança de Lessa por sua ligação com milícias no Rio de Janeiro.

Para Jabá, o destino mais adequado para Lessa seria o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), porém essa opção só é válida mediante ordem judicial. O representante dos policiais penais também ressalta a preocupação com a estabilidade da segurança nas unidades prisionais diante da possível entrada de Lessa, que poderia se tornar um alvo de facções criminosas.

A decisão de transferir Lessa para Tremembé contraria o posicionamento da SAP, que indicou outra unidade em Presidente Venceslau como mais apropriada para recebê-lo. A discussão sobre a segurança de Lessa e a capacidade das unidades prisionais continua em pauta, enquanto a transferência do ex-policial militar para o complexo de Tremembé ainda não determinou em qual unidade ele será alocado.

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