De acordo com o The New York Times, a ordem foi definida para entrar em vigor às 12h01 de quarta-feira (5), salvo contestações legais. Com a medida, a fronteira entre os Estados Unidos e o México será fechada temporariamente se as travessias ilegais ultrapassarem 2,5 mil por dia. A ordem de fechamento só seria suspensa após o governo voltar a registrar a média de 1,5 mil travessias ilegais ou menos por dia durante uma semana.
A decisão de Biden ocorre num momento em que as passagens de fronteira permanecem elevadas em relação aos padrões históricos, mas caíram mais de 50% em relação aos níveis recordes estabelecidos em dezembro. Essas medidas devem impactar brasileiros, o oitavo país de origem com maior número de imigrantes ilegais chegando nos Estados Unidos em 2022, segundo o Departamento de Segurança Interna americano.
Até então, quando os migrantes eram detidos ao passarem de forma ilegal pela fronteira, autoridades de imigração questionavam se havia riscos a essas pessoas caso elas voltassem ao país de origem. Agora, os migrantes que dizem ter medo de regressar ainda podem pedir asilo nos Estados Unidos, mas esse pedido deve ser feito de forma voluntária, sem que as autoridades os questionem. Eles serão examinados por agentes de asilo dos EUA, mas sob um padrão mais elevado do que o que está atualmente em vigor.
Além disso, a flexibilização para menores de idade desperta preocupações, pois pode aumentar a possibilidade de alguns pais enviarem seus filhos pela fronteira sem eles. Essa ambiguidade presente nas exceções da nova norma preocupa, especialmente nos casos que envolvem o risco de retorno a situações de perigo. O Departamento de Segurança Interna informou que menores de idade não acompanhados e outras categorias específicas ficarão isentas das restrições.
Tudo isso faz parte de um contexto mais amplo em relação à imigração nos EUA, com desafios logísticos e diplomáticos que o governo atual precisa enfrentar. A situação na fronteira sul vai além das fronteiras do país e afeta diretamente a política migratória de toda a região. Cabe agora aguardar e observar como essas novas medidas afetarão o cenário migratório nos próximos meses.