Nascida em Portugal em 1930, Maria da Conceição chegou ao Brasil em 1954, durante a ditadura salazarista, fixando residência no Rio de Janeiro. Naturalizou-se brasileira em 1957 e dedicou sua vida profissional ao estudo da economia, sendo inspirada por importantes pensadores como Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel. Sua contribuição para a elaboração do plano de metas do governo Juscelino Kubitschek e seus estudos sobre substituição de importações marcaram sua trajetória.
Ao longo de sua carreira, publicou diversos livros e artigos que se tornaram referência no estudo da economia, como o clássico “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil”. Sua atuação política também foi relevante, incluindo sua participação na elaboração do Plano Cruzado durante o governo de José Sarney.
Reconhecida internacionalmente, Maria da Conceição foi premiada com o Prêmio Jabuti em 1998 na categoria economia. Além de sua atuação acadêmica, ela se destacou nas redes sociais nos últimos anos, compartilhando vídeos e entrevistas sobre o processo de industrialização nacional e criticando a política econômica do regime militar.
Sua influência na elaboração de políticas públicas e sua defesa por uma sociedade mais justa e solidária deixam um legado importante para o pensamento econômico brasileiro. O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, ressaltou sua importância na luta pela democracia e na discussão de um projeto nacional de desenvolvimento. A morte de Maria da Conceição Tavares representa uma perda significativa para o Brasil e para a economia do país.