Ministro da Suprema Corte dos EUA revisa prestação de contas para incluir viagens pagas por bilionário republicano: polêmica cresce

O ministro da Suprema Corte dos EUA, Clarence Thomas, gerou polêmica ao revisar sua prestação de contas financeira para incluir duas viagens pagas pelo bilionário Harlan Crow, doador do Partido Republicano. Isso ocorreu depois de críticas por não relatar viagens de luxo financiadas por bilionários ao longo dos anos. Thomas, indicado à Suprema Corte em 1991 pelo ex-presidente George Bush pai, incluiu em sua declaração uma viagem para Bali, na Indonésia, e outra para Monte Rio, Califórnia, ambas custeadas por Crow, que é do setor imobiliário.

No entanto, a revelação das viagens foi parcial, já que Thomas omitiu detalhes sobre o restante da estadia na Indonésia. Uma investigação do site ProPublica mostrou que ele voou no jato particular de Crow e embarcou em seu iate para um passeio pelas ilhas. Thomas defendeu que as viagens pessoais não eram obrigatórias de declarar, mas as críticas continuam.

O tema levantou discussões no Capitólio, onde alguns legisladores pressionam por revisões nas políticas éticas da Suprema Corte. A instituição adotou um código formal de ética no ano passado, afirmando que representa uma codificação de princípios já existentes. Thomas alegou que o presente de Crow foi omitido por engano e que ele buscou orientação de seu contador e conselheiro de ética durante uma revisão de arquivos anteriores.

Além disso, outros juízes da Suprema Corte divulgaram relatórios financeiros, com destaque para a juíza Ketanji Brown Jackson, que recebeu ingressos para um show da cantora Beyoncé, avaliados em US$ 3,7 mil. Samuel Alito foi o único que recebeu uma extensão de 90 dias para apresentar seus relatórios.

Essa questão ressalta a importância da transparência e prestação de contas dos membros da Suprema Corte, especialmente diante de viagens financiadas por doadores políticos que podem levantar questões éticas e de conflitos de interesse. A sociedade espera que os juízes mais altos do país estejam acima de qualquer suspeita e ajam de forma exemplar em suas condutas e declarações financeiras.

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