Um dos nomes mais emblemáticos desse grupo era Pernalonga, também conhecido como Antonio Roberto Lira de França, que desafiava as convenções sociais e a repressão policial com sua arte provocativa e transgressora. Pernalonga, que se identificava como bissexual, foi diagnosticado com HIV no final dos anos 80, em plena pandemia de Aids, e acabou falecendo de forma trágica, vítima de preconceito e falta de assistência.
O legado de Pernalonga transcendeu os palcos e ecoou na educação e na militância, participando ativamente de ações educativas para conscientização sobre HIV e Aids em um momento crucial da epidemia. Seu nome ficou imortalizado no livro “Pernalonga: Uma sinfonia inacabada”, escrito por Márcio Bastos, um renomado jornalista e mestre em comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco.
Márcio Bastos, que foi setorista de artes cênicas na imprensa local por uma década, destaca a importância de resgatar a memória de Pernalonga e do grupo Vivencial, considerando que ambos representam uma parte significativa da história artística e cultural do Nordeste brasileiro. Para celebrar o legado de Pernalonga, será realizado um debate no Sesc Pinheiros, em São Paulo, com a participação do autor Márcio Bastos, da atriz Verónica Valenttino e do jornalista Mateus Araújo.
O evento Chá e Prosa – Teatro e Identidades promete ser uma oportunidade única para conhecer mais sobre a trajetória de Pernalonga e refletir sobre a importância da representatividade LGBT+ no teatro brasileiro. A aclamada musical Brenda Lee e o Palácio das Princesas também serão destaque no evento, trazendo à tona outras importantes narrativas de resistência e enfrentamento. Esta iniciativa visa não apenas lembrar o legado de Pernalonga, mas também dar visibilidade às lutas e conquistas da comunidade LGBT+ no Brasil.