De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, a produção de coca e cocaína atingiu níveis históricos recentemente, especialmente na Colômbia, Peru e Bolívia, que juntos representam quase toda a oferta da droga. Em 2022, foram cultivados cerca de 355 mil hectares de coca nessa região, um aumento significativo em relação aos anos anteriores.
A demanda por cocaína também tem contribuído para o aumento na produção de coca, com um recorde de aproximadamente 22 milhões de consumidores da droga em todo o mundo. O mercado está em expansão, especialmente em regiões não tradicionais como Europa, Ásia e África, onde a procura pela droga tem crescido.
A instabilidade do mercado é atribuída à disputa entre diversos grupos armados que lutam pelo controle da produção e venda da cocaína, resultando em um ambiente de incerteza para os produtores e compradores. Além disso, a expansão das culturas de coca para novos países, como Guatemala, Honduras e Venezuela, está mudando a dinâmica do tráfico de drogas na região.
Diante desse cenário, a Colômbia adotou uma nova abordagem para combater o tráfico de drogas, afastando-se da política de fumigação aérea com glifosato e priorizando a erradicação manual da coca. No entanto, os resultados ainda não foram significativos na redução das culturas ilícitas. O Peru e a Bolívia também enfrentam desafios semelhantes, com aumento na produção e apreensões de cocaína.
A cooperação entre os países é apontada como fundamental para resolver a questão do tráfico de drogas na região. A expectativa dos especialistas é que o mercado da cocaína se estabilize no futuro, concentrando-se no abastecimento de mercados emergentes na Ásia e Europa. Porém, os riscos de segurança e corrupção associados a essa indústria continuam a ser uma preocupação para a governança dos países latino-americanos.
