Repórter São Paulo – SP – Brasil

Delação de Ronnie Lessa revela mandantes do assassinato de Marielle e a atuação das milícias no Rio de Janeiro

Com a divulgação dos detalhes da delação do ex-policial militar Ronnie Lessa nos últimos dias, juntamente com a prisão dos prováveis mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, mais luz foi jogada sobre a atuação das milícias no Rio de Janeiro. Segundo as informações reveladas, a morte de Marielle teria sido encomendada pelos Brazão devido à atuação da vereadora nas comunidades, principalmente em Jacarepaguá, e ao seu combate aos grupos ligados às milícias.

Ronnie Lessa, em sua delação, afirmou que receberia áreas para loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio como pagamento pelo crime. Esses relatos evidenciam a conexão entre os grupos milicianos e os poderes constituídos, demonstrando a influência nociva dessas organizações na sociedade e na política.

Estudos apontam que as milícias no Rio de Janeiro possuem origens nos grupos de extermínio da Baixada Fluminense dos anos 60, que se consolidaram e se expandiram ao longo do tempo. Hoje, esses grupos têm controle territorial, financeiro e eleitoral em diversas regiões, contando com o apoio de servidores públicos, empresários e membros do judiciário.

Além disso, as milícias ampliaram suas atividades para além da segurança e do assassinato, envolvendo-se em negócios imobiliários ilícitos, controle de serviços urbanos e até mesmo em destruição de áreas ambientais. Essas práticas corruptas e criminosas demonstram a influência nefasta das milícias na vida da população e na estrutura do Estado.

Diante desse cenário, é fundamental uma ação enérgica e coordenada para enfrentar e desmontar essas organizações criminosas, que representam uma ameaça à democracia e ao estado de direito. A participação dos políticos e militares nesse combate é essencial, mas até o momento, a falta de vontade política tem impedido a efetiva desarticulação das milícias.

Portanto, é imprescindível investigar e avaliar cuidadosamente as ligações e histórico dos candidatos que concorrerão nas eleições, a fim de evitar a perpetuação e o fortalecimento dessas estruturas criminosas no país. A luta contra as milícias é uma batalha pela justiça, pela transparência e pela integridade das instituições democráticas.

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