Mobilização histórica de servidores públicos gaúchos e bombeiros de todo o país em enchentes demonstra importância do serviço concursado.

Durante as enchentes que assolaram cidades do Rio Grande do Sul, uma mobilização inédita de servidores públicos foi observada, totalizando mais de 110 mil profissionais envolvidos, dentre eles 43,5 mil do setor público federal e 68,4 mil servidores estaduais. Além disso, mais de mil bombeiros de todo o país se uniram para prestar ajuda nas áreas afetadas, em uma ação que especialistas consideram a maior mobilização da força de trabalho pública em uma catástrofe climática.

A participação dos servidores públicos nesse tipo de situação é uma obrigação prevista em estatutos do servidor, como no caso do Rio Grande do Sul, onde a lei estabelece que os profissionais podem ser convocados para cumprir funções extraordinárias. Durante as enchentes, foi necessário remanejar servidores da Brigada Militar, inclusive os da reserva, para atuarem no auxílio às vítimas e nas operações de emergência.

É importante ressaltar que pela primeira vez bombeiros de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal estiveram envolvidos em uma operação conjunta como essa. Um relatório da Ligabom apontou que 539 profissionais de 23 estados estiveram presentes no RS, além de 253 militares, policiais e técnicos da Força Nacional.

A solidariedade também teve um papel fundamental, com 66 mil voluntários cadastrados para atuar nas áreas atingidas. Servidores da Defesa Civil e bombeiros foram essenciais nos resgates e na coordenação das ações de salvamento. A experiência e o comprometimento desses profissionais foram fundamentais para lidar com a situação de emergência.

Diante deste cenário, a gestão pública do Rio Grande do Sul está estudando medidas para reforçar a estrutura do estado frente a problemas climáticos recorrentes. A contratação de novos servidores permanentes, assim como a realização de concursos públicos e a transformação de cargos públicos para atrair novos profissionais são algumas das ações em estudo.

O desafio de prevenir catástrofes ambientais agora passa por criar uma cultura de planejamento no Brasil. A articulação entre os diferentes entes federativos e a capacitação de mais servidores para atuar em emergências são medidas essenciais, tendo em vista um possível aumento da frequência desses eventos devido às mudanças climáticas. A reconstrução e a reestruturação das áreas afetadas pelas enchentes também são prioridades para as autoridades gaúchas e para a população local.

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