Contaminação por microplástico atinge peixes e praias de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, aponta estudo preocupante.

Recentemente, um estudo revelou uma situação preocupante no litoral norte de São Paulo, mais especificamente em Ubatuba. A pesquisa identificou uma alta prevalência de contaminação por microplásticos em peixes e praias da região, levantando questões sobre os impactos ambientais e de saúde pública.

De acordo com os dados coletados nas três praias analisadas em Ubatuba, todas apresentaram níveis de contaminação por microplásticos acima do considerado normal, que é de 300 partículas por metro cúbico. Além disso, cerca de 38% dos peixes analisados estavam contaminados, o que evidencia a exposição das populações locais e dos turistas que frequentam essas praias a substâncias prejudiciais.

O estudo foi publicado no periódico científico Neotropical Ichthyology e contou com a colaboração de pesquisadores de diversas instituições, incluindo a Ufscar e a Unesp. Amostras de água, areia e peixes da espécie peixe-rei foram analisadas em laboratório para avaliar a presença de partículas plásticas, principalmente aquelas de tamanho igual ou menor que 1 mm.

Os resultados apontaram que as praias de Barra Seca, Perequê-“Brava” e Perequê-“Calma” apresentaram concentrações variadas de microplásticos ao longo do ano, com picos detectados em diferentes períodos. No entanto, os pesquisadores destacaram que a quarentena imposta pela pandemia da Covid-19 pode ter influenciado os resultados, questionando a hipótese inicial de que o verão seria o período com maior concentração de microplásticos devido ao aumento da presença de turistas nas praias.

Um dos aspectos mais preocupantes do estudo foi a constatação de que os microplásticos azuis, compostos principalmente por fibras de redes, foram os mais encontrados no trato gastrointestinal dos peixes, indicando a possibilidade de contaminação direta dos animais. Esse cenário é alarmante, pois essas substâncias podem ser nocivas à saúde dos seres marinhos e, consequentemente, à saúde humana.

Além dos microplásticos, as praias do litoral norte paulista enfrentam outras pressões ambientais, como o avanço do nível do mar e a sobrepesca, o que torna a situação ainda mais complexa e urgente. O aumento da temperatura da água, decorrente da crise climática, também tem impacto direto na absorção de toxinas pelos microplásticos, tornando-os ainda mais nocivos.

Diante desse cenário, é fundamental que medidas efetivas sejam tomadas para mitigar a contaminação por microplásticos e preservar a saúde dos ecossistemas marinhos e das comunidades locais. A conscientização sobre o uso responsável do plástico e a implementação de políticas públicas de gestão de resíduos são cruciais para reverter esse quadro preocupante e garantir a sustentabilidade das regiões costeiras.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo