Resolução do CFM sobre assistolia fetal será debatida em sessão do Senado após decisão do STF ser questionada.

Na última quarta-feira (5), o Senado aprovou em Plenário um requerimento para a realização de uma sessão de debates temáticos para discutir a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proibiu a assistolia fetal nos casos de aborto previsto em lei, quando há probabilidade de sobrevida do feto. A data da sessão será agendada pela Secretaria-Geral da Mesa.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE), responsável pelo requerimento da sessão, explicou que a assistolia fetal envolve a injeção de altas doses de cloreto de potássio em fetos de seis a nove meses de gestação, resultando na morte do feto antes da interrupção da gravidez. A resolução do CFM que regulamentava essa prática foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), aguardando um julgamento definitivo da corte.

Para Girão, é inaceitável que o ordenamento jurídico brasileiro permita atos que possam ser considerados tortura de seres humanos ainda no ventre materno. Por isso, ele propõe convidar diversas autoridades para participar do debate, como o presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, o relator da resolução do CFM, Raphael Câmara, e representantes da defensoria pública e de movimentos pró-vida.

A questão da assistolia fetal é sensível e complexa, envolvendo não apenas aspectos médicos, mas também éticos e jurídicos. A realização da sessão de debates temáticos no Senado será uma oportunidade para esclarecer e debater os diversos pontos de vista sobre o tema, buscando encontrar um equilíbrio entre a proteção da vida e a garantia dos direitos das mulheres.

É fundamental que a sociedade e os poderes públicos estejam atentos a esse debate, que tem impacto direto na saúde e nos direitos reprodutivos das mulheres, além de levantar questões sobre o início e o fim da vida. A decisão do STF sobre a validade da resolução do CFM terá repercussões significativas e é preciso que haja um amplo diálogo e reflexão sobre o assunto.

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