Polícia atua mais em áreas dominadas por facções do tráfico do que em áreas de milícias na região metropolitana do Rio, revela pesquisa

A região metropolitana do Rio de Janeiro se destaca como um cenário de violência urbana, onde policiais atuam com mais frequência em áreas dominadas por facções do tráfico de drogas do que em áreas de milícias. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo Geni-UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos) e pelo Instituto Fogo Cruzado, que analisou dados de tiroteios e operações policiais na região nos últimos sete anos.

De acordo com o estudo, 40,2% dos tiroteios com a presença da polícia ocorreram em áreas controladas pelo tráfico, enquanto apenas 4,3% aconteceram em territórios dominados por milícias. Isso levanta questões sobre a eficácia das estratégias de segurança pública adotadas nessas regiões, uma vez que a presença policial parece ser mais intensa em locais com presença do tráfico.

A Polícia Militar, em nota, afirmou que suas ações são planejadas com base em análises das manchas criminais locais e têm como principal meta o combate aos grupos criminosos organizados e aos crimes nas ruas. A corporação destacou uma redução de 51% nas mortes por intervenção de agentes do Estado nos primeiros quatro meses de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Já a Polícia Civil afirmou desconhecer a metodologia da pesquisa e refutou a visão de que o principal problema da segurança pública são as facções do tráfico, ressaltando que suas ações são planejadas com base em inteligência e investigação.

O estudo também apontou que os confrontos armados entre facções e milícias raramente resultam em mudanças no controle territorial, com apenas 5,4% dos territórios sofrendo alterações após conflitos. Isso levanta questionamentos sobre a efetividade das operações policiais e a necessidade de investimento em inteligência na segurança pública para evitar confrontos desnecessários e proteger a população.

Enquanto as disputas entre grupos armados continuam a gerar violência e medo na região metropolitana, é necessário repensar as estratégias de enfrentamento desses problemas e buscar soluções que garantam a segurança e a tranquilidade dos cidadãos.

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