A investigação, conduzida pela PF em Rondônia, teve como alvo o grupo Ituxi, atuante na região de Lábrea, uma das regiões mais desmatadas e degradadas da Amazônia ocidental. Segundo a polícia, o esquema envolveu a grilagem de áreas da União que somam 538 mil hectares, com a participação de servidores e responsáveis técnicos na inserção de dados falsos em sistemas públicos.
A fraude se estendeu por mais de uma década e envolveu a falsificação de títulos de propriedade, a cooperação de agentes em cartórios e a transformação de terras públicas em privadas. A madeira extraída ilegalmente foi utilizada para esquentar territórios que deveriam estar preservados, como terras indígenas, e a área original foi usada para gerar créditos de carbono em projetos certificados pela empresa internacional Verra.
Grandes empresas como Boeing, iTech, Amazon, e Gol, foram lesadas no esquema e acabaram comprando créditos de carbono que não poderiam ser gerados por esse empreendimento. O delegado responsável pela investigação afirmou que a empresa suspeita chegou a ingressar com ação contra a União, mesmo tendo grilado a área, desmatado e desenvolvido um plano de manejo.
Diante desse cenário, a PF ressaltou a necessidade de regulamentação desse mercado para facilitar a atuação dos órgãos de fiscalização e persecução penal, garantindo que crimes ambientais como esse não voltem a ocorrer. A operação Greenwashing teve como objetivo bloquear os valores movimentados no esquema para ressarcimento de danos ambientais causados.