Desigualdade persiste: remuneração das mestras e doutoras é menor que a dos homens, revela estudo sobre pós-graduação no Brasil.

Nos últimos 25 anos, o Brasil registrou avanços significativos na formação e empregabilidade de mestres e doutores, com uma maior distribuição de cursos de pós-graduação em todo o território nacional e um aumento no número de mulheres com essas qualificações. No entanto, apesar desses progressos, persistem desigualdades históricas, como a remuneração mais baixa para mestras e doutoras em comparação com seus colegas masculinos.

De acordo com o estudo Brasil: Mestres e Doutores, realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), houve uma clara desconcentração regional na pós-graduação brasileira no período de 1996 a 2021. A Região Sudeste, que antes concentrava a maioria dos cursos de mestrado e doutorado, viu sua participação diminuir significativamente ao longo dos anos.

Essa descentralização também impactou o mercado de trabalho formal, com um aumento de mestres e doutores empregados em outras regiões do país. A mobilidade desses profissionais, somada ao incremento da formação local, contribuiu para a mudança no cenário da pós-graduação no Brasil.

Apesar dos avanços, a taxa de crescimento de cursos de pós-graduação desacelerou nos últimos anos, o que preocupa a comunidade científica. Ainda há uma baixa proporção de titulados por habitante, refletindo a grande desigualdade social existente no país. Além disso, a remuneração das mulheres tituladas continua sendo inferior à dos homens na mesma condição acadêmica.

A presença feminina é majoritária na pós-graduação, com as mulheres representando a maioria dos titulados em mestrado e doutorado. Essa tendência é um reflexo da evolução do sistema de ensino superior, que tem buscado promover a igualdade de gênero em todos os níveis de ensino.

No setor público, especialmente nas universidades federais e estaduais, há uma maior demanda por mestres e doutores, que são essenciais para o desenvolvimento de novas tecnologias e inovações. As empresas privadas também têm reconhecido a importância desses profissionais, especialmente em setores estratégicos como a indústria de transformação.

O estudo do CGEE revela que as políticas para aumentar a absorção de mestres e doutores pelo setor privado podem impulsionar a competitividade e inovação no mercado, bem como promover práticas de sustentabilidade e responsabilidade social. Com uma maior valorização da formação acadêmica de alto nível, o Brasil pode avançar ainda mais na qualificação de sua força de trabalho e impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país.

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