Representantes debatem proibição total de cancelamento unilateral de planos de saúde em audiência na Comissão de Assuntos Sociais.

Durante uma audiência pública realizada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta terça-feira (4), foi debatida a questão do cancelamento unilateral de contratos coletivos de planos de saúde. Representantes dos usuários afetados defenderam a aprovação de um projeto de lei que proíba totalmente esse tipo de rescisão. Por outro lado, representantes da saúde suplementar alegaram um desequilíbrio financeiro no setor e pediram uma resolução que leve em consideração a sustentabilidade do sistema a longo prazo.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que solicitou a audiência, ressaltou a importância de a comissão abordar esse tema, uma vez que muitos cidadãos têm recorrido aos senadores em busca de uma solução. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) relatou um aumento nas queixas dos consumidores em relação ao cancelamento unilateral de planos de saúde, levantando a possibilidade de uma CPI para investigar o setor de saúde.

A presidente da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps), Renê Patriota, alertou para a exclusão de beneficiários vulneráveis do sistema de saúde, destacando a falta de regulação por parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A defensora pública federal, Carolina Godoy Leite, classificou o cancelamento unilateral como uma grave violação de direitos, especialmente de mães de crianças autistas e idosos que foram prejudicados.

Os representantes dos planos de saúde argumentaram que o setor enfrenta um desequilíbrio financeiro, com aumento nos custos e falta de reajustes nas mensalidades. O diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (ABRAMGE), Marcos Novais, apresentou dados que demonstram a necessidade de um reajuste de 29% para restabelecer o equilíbrio econômico.

A discussão revelou a complexidade do tema e a importância de encontrar uma solução que considere tanto a proteção dos usuários quanto a viabilidade financeira das empresas de saúde. A questão do cancelamento unilateral de planos de saúde coletivos exige uma análise cuidadosa e a busca por um equilíbrio que beneficie todas as partes envolvidas. A transparência, eficiência e respeito aos direitos dos consumidores devem ser pilares fundamentais na busca por uma solução para esse impasse.

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