A situação é tão séria que a bióloga, ambientalista e professora da USCS, Marta Marcondes, alerta para a ocupação irregular e o adensamento populacional nas áreas de mananciais. Segundo ela, em 10 anos de estudo, foi observado um avanço significativo na perda de áreas verdes, impactando diretamente na capacidade de armazenamento de água da Represa Billings. Além disso, problemas como desmatamento, assoreamento, deposição de lixo nas margens e lançamento de esgotos contribuem para a degradação do ambiente.
Diante desse cenário preocupante, foi criada a Frente Viva Billings, formada pela USCS, a prefeitura de Diadema e a Sabesp, que visa recuperar áreas degradadas da represa. O projeto piloto pretende começar pelo Braço Grota Funda e, se obtiver sucesso, ampliar para outros braços da represa. A água da Billings é essencial para abastecer parte do ABC, e a recarga desses braços é fundamental para a manutenção do reservatório.
A qualidade da água da Billings também é tema de estudo do IPH, que realiza coleta de amostras para análise em laboratório. Segundo Marta Marcondes, a qualidade da água melhorou em alguns pontos, mas piorou em outros, refletindo a relação direta entre adensamento populacional e qualidade da água. Por isso, a necessidade de análises mais precisas e a participação da população em discussões sobre a preservação dessas áreas são fundamentais para a conservação do meio ambiente e a garantia de água de qualidade para a região.
Em uma reunião do Subcomitê Billings – Tamanduateí, representantes de diversas universidades debateram a importância de mapear as áreas de mata já perdidas na região. Segundo Marta Marcondes, imagens de satélite não são suficientes para identificar os micro desmatamentos que ocorrem, ressaltando a urgência de ações efetivas para a preservação ambiental. A questão do déficit habitacional na região também foi abordada, destacando a importância de planejamentos urbanos que conciliem a necessidade de moradia com a preservação ambiental.
Em resumo, a situação dos mananciais do ABC é delicada e exige ações concretas para evitar danos irreversíveis ao meio ambiente e garantir o acesso contínuo a água de qualidade para a população local. A participação ativa da sociedade, aliada a políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável, é fundamental para a construção de um futuro mais equilibrado e preservado para as gerações futuras.
