Após morte de indigenista, viúva reconstrói vida e política indigenista no Brasil, dois anos depois.

Há exatos dois anos, o Brasil foi palco de uma tragédia que chocou o país e mobilizou esforços em prol da proteção dos povos indígenas. O indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram brutalmente assassinados no Vale do Javari, no Amazonas, deixando um legado de luta e resistência. Após esse triste episódio, a antropóloga Beatriz de Almeida Matos, viúva de Bruno e diretora no Ministério dos Povos Indígenas (MPI), decidiu reconstruir sua vida e contribuir para a reforma da política indigenista no país.

Em uma entrevista recente, Beatriz compartilhou sua trajetória desde a mudança para Brasília, onde assumiu a direção do Departamento de Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato do MPI. Nesse novo cargo, a antropóloga tem se dedicado a articulações para a retirada de invasores de terras indígenas, em um esforço conjunto com outros ministérios e órgãos governamentais.

Além disso, Beatriz ressalta a importância do apoio e da união entre pessoas que também enfrentaram perdas de entes queridos em defesa dos direitos indígenas e ambientais. Essa solidariedade tem sido fundamental para fortalecer a continuidade da luta e preservar o legado daqueles que foram vítimas da violência.

A atuação no MPI tem sido marcada por desafios e avanços significativos. Beatriz destaca a reconstrução da política indigenista, antes sucateada, e o esforço para proteger os territórios indígenas, especialmente no Vale do Javari. A antropóloga ressalta a integração de diferentes instituições nesse trabalho de proteção e monitoramento, visando combater ameaças como garimpo, tráfico de drogas e invasões ilegais.

No entanto, há ainda questões a serem melhoradas, como a questão orçamentária e estrutural do MPI e da Funai. Beatriz ressalta a importância de garantir condições adequadas para a execução das políticas de proteção aos povos indígenas e isolados, enfatizando a necessidade de mais cargos e recursos para fortalecer a atuação do ministério.

Diante de um cenário de desafios e superações, Beatriz continua sua jornada em prol dos direitos indígenas, mantendo vivo o legado de seu marido Bruno e de tantos outros defensores da causa indígena que foram vítimas da violência. A luta pela proteção dos povos indígenas segue firme, representando um compromisso inegociável com a justiça e a preservação da diversidade cultural e ambiental do Brasil.

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