Brasil enfrenta desafio de quantificar garimpeiros de ouro para cumprir Convenção de Minamata, alerta relatório internacional.

A mineração artesanal de ouro no Brasil tem sido um desafio para o país no cumprimento da Convenção de Minamata, que visa controlar o uso do mercúrio e seus impactos na saúde da população. De acordo com o relatório apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a falta de um censo preciso resulta em uma estimativa ampla de garimpeiros atuantes, variando de 80 mil a 800 mil, dependendo da fonte de informação.

Esse dado foi ressaltado como um dos pontos a serem revistos para o cumprimento eficaz da convenção, conforme destacado por Manoela Pessoa, representante do secretariado do acordo internacional. Ela enfatizou que o garimpo é uma atividade complexa que não pode ser simplificada.

O relatório reconhece a importância da mineração artesanal de ouro legal como forma de subsistência para diversas comunidades, porém identifica os impactos negativos da atividade ilegal, especialmente em terras indígenas e unidades de conservação, como um desafio a ser superado. O secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, ressaltou a necessidade de cooperação internacional para combater o financiamento ilegal da atividade mineradora, que muitas vezes resulta na exploração de populações indígenas.

O documento aponta a necessidade de medidas governamentais para cumprir as exigências da convenção sobre o mercúrio, indicando 68 dispositivos que demandam ações, das quais 52 soluções já foram propostas, tanto administrativas quanto normativas. Entre os avanços destacados estão a eliminação gradual do uso de mercúrio em diversos produtos, como baterias, interruptores e lâmpadas fluorescentes, bem como a proibição do mercúrio em cosméticos a partir de 2025.

Além disso, estão em andamento planos para implementar um sistema de controle do comércio de mercúrio, rastrear a cadeia de produção de ouro e capacitar os mineradores para realizar suas atividades sem o uso do mercúrio. A adesão do Brasil à Convenção de Minamata em 2017 demonstra o comprometimento do país em lidar com as questões relacionadas ao mercúrio e à mineração de ouro de forma sustentável e responsável.

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