Pesquisadora de Oxford desenvolve distúrbio digestivo devido à angústia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul

O mês de janeiro foi marcado por cenas de enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, que impactaram não apenas a região, mas também a saúde de indivíduos sensíveis às tragédias ambientais. Um exemplo disso é a bióloga Erika Berenguer, renomada pesquisadora da Universidade de Oxford, cujo quadro de gastroparesia agravou-se diante das imagens das enchentes, desencadeando dores, inchaço e dificuldades para se alimentar.

A exposição elevada ao estresse foi apontada pela equipe médica como a principal causa do agravamento da condição de Erika, mesmo ela não apresentando os fatores de risco usuais para a doença. Desde 2015, quando incêndios devastadores atingiram a Amazônia, a pesquisadora tem enfrentado episódios de ansiedade e manifestações físicas decorrentes da situação das florestas e das mudanças climáticas.

Os impactos da destruição ambiental não se limitam apenas ao campo da saúde de Erika. Em 2023, durante uma temporada de incêndios intensos, ela contraiu pneumonia devido às partículas de poluição presentes no ar. A pesquisadora relata que desde 2015 tem vivenciado um luto ecológico diante da devastação das florestas que tanto estudou e amou.

Berenguer destaca que mesmo para quem não está nas áreas atingidas, como em alagamentos e enchentes, a perda da identidade territorial e das paisagens conhecidas pode ser extremamente dolorosa. Em um contexto de eventos climáticos extremos e recordes de temperaturas, muitos cientistas envolvidos com as questões ambientais e climáticas têm relatado um sentimento de desespero e impotência diante do fracasso das ações de combate ao aquecimento global.

A situação tem levado parte da comunidade científica a adotar posturas diferentes. Enquanto alguns se sentem desacreditados e pessimistas quanto ao futuro, outros, como o físico Paulo Artaxo, buscam desenvolver estratégias para orientar políticas públicas de redução de gases-estufa. Artaxo salienta a importância de sensibilizar o público em relação às mudanças climáticas, realizando palestras em diversos públicos.

Apesar das adversidades, Erika Berenguer mantém sua motivação para a pesquisa e a conservação da Amazônia, ressaltando a importância de agir mesmo diante de cenários desanimadores. A bióloga enfatiza que as ações de conservação têm impactos positivos e que é fundamental não desistir diante dos desafios ambientais. O comprometimento dos cientistas e pesquisadores em alertar e buscar soluções para os problemas climáticos mostra que, mesmo diante da desolação, a esperança e a determinação podem fazer a diferença.

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