Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo reúne famílias e promove inclusão de crianças trans e pessoas com deficiência

A 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo reuniu uma multidão na tarde ensolarada de domingo (2), com destaque para a presença marcante de crianças e adolescentes trans. Com as asas gigantes de duas borboletas, uma azul e outra rosa, equilibrando-se sobre pernas de pau, o grupo composto por 150 integrantes abriu o desfile, levando mensagens de respeito e inclusão.

Entre os participantes, estava o garoto trans Felipe, de 10 anos, acompanhado de sua família. Sua mãe, Mariana Oda, ressaltou a importância da Parada como um evento para a sociedade refletir e promover a aceitação. Felipe, que revelou aos oito anos o desejo de se identificar como menino, recebeu o apoio dos pais, que enfatizaram a importância do amor e do respeito.

Além do grupo de crianças trans, a marcha contou com a presença de adolescentes trans, como um garoto de seis anos e jovens de até 19 anos. A ONG Minha Criança Trans, que oferece suporte a famílias com filhos transgêneros, destacou a importância da conscientização e do apoio jurídico diante da falta de políticas públicas específicas para essa população.

O tema deste ano da Parada, “Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo”, abordou não apenas a inclusão da comunidade LGBTQIA+, mas também de crianças, adolescentes e pessoas com deficiência. A secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Silvia Grecco, ressaltou a importância da acessibilidade e da representatividade, garantindo que todos os discursos fossem traduzidos em Libras e alocando uma área destinada às pessoas com deficiência.

A diversidade da Parada também contou com a participação de Mães pela Diversidade, uma associação que reúne pais e mães preocupados com a violência e o preconceito contra seus filhos LGBTQIA+. Para Heitor Werneck, diretor artístico do evento e pessoa no espectro autista, a Parada é um ato de visibilidade e inclusão, fundamental diante de um cenário político conservador.

A presença de famílias de diversas origens e realidades, como a cuidadora Jaciene Silva de Jesus e seu filho Alexandre, cadeirante com paralisia cerebral, reforça a importância da Parada como um espaço de representatividade e luta por direitos. Diante de um cenário político desafiador, a diversidade presente no evento é um sinal de resistência e afirmação de identidades.

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